O meu mundo
terça-feira, 26 de novembro de 2013 - 0 comentários

Retroceder infinito...


E...tudo anda para trás parece que nada aconteceu....

A minha mãe (depois de tudo, o que fiz, o que já se passou, ...) ainda pensa que eu estou numa relação com uma rapariga, e não lhe consegui dizer a verdade (contradizer-lhe e dizer que gostava era de rapazes e não raparigas e ela que parasse com isso), e não compreendo porque ela ainda pode pensar que eu sou hétero - ela já sabe há muito que eu sou homossexual, mas só que ainda pensa (não percebo como) que eu namoro com raparigas. Então (mais uma vez menti-lhe e fiz o meu papel) tive de lhe dizer que era verdade (senão ela ia dizer-me as coisas mais horríveis de se ouvir à face da Terra), e "apresentei-lhe" uma amiga minha como minha suposta namorada, e ela  depois perguntou-me se a minha suposta namorada tinha facebook  que a queria adicionar como amiga e a conhecer, já me perguntou se ela gostava realmente de mim, se eu já tinha tido relações sexuais com ela, e também se  eu a ia trazer no Natal cá a casa! (Que grande alhada)
E como a rapariga vai a Lisboa em Abril, e como eu quero ir nessa altura tirar umas férias para descontrair do stress do estágio do segundo período e das aulas... espairecer, estar e conhecer pessoalmente os meus amigos virtuais e voltar com energia para o último período de aulas... e então eu disse à minha mãe que gostava de ir com ela, e que precisava de saber se podia ir ou não com antecedência para poder comprar a passagem a um preço barato.
Adias comprei preservativos e a minha mãe começou-me a fazer tantas perguntas: "Perguntou-me se eu já tinha arranjado uma amiga para fazer isso, e se eu já usava isso. Que se era para levar para a escola e fazer brincadeira que não era para comprar! E ainda acrescentou que eram as raparigas quem se deveria preocupar com isso, porque são elas quem ficam grávidas!" (Que terror, como se pode pensar alguma vez assim) Depois dias mais tarde perguntou-me descaradamente se os preservativos que comprei se eram para usar com mulheres, porque se era para usar com homens era para os deitar no lixo.
Eu (mais uma vez tentei dar a volta) e disse-lhe que era bissexual, porque pensei que ia ajudar... (A intenção era a minha mãe tomar consciência de que eu "posso vir a gostar" (gosto)  de um rapaz e se preparar para isso) mas ela disse-me: "Ah não sei o que vês num homem, uma mulher tem tanto para dar a um homem, bem como um homem tem tanto para dar a uma mulher!". E só lhe disse isso como meio e tentativa de melhorar o ambiente! Eu até lhe disse: "Imagina que um dia eu chego a casa com um rapaz, como é? Vais maltratá-lo? E escorraçá-lo de casa ao pontapé?" Ela lá ficou passada e disse-me: Experimenta com uma mulher e vais ver como é bom! (Nem pensar) E perguntou-me sem pudor algum se eu já tinha tido relações sexuais com homens, olhou para mim e depois disse:  "Pensei que tu eras meu amigo e gostavas de mim, não sei que tempestade vai na tua cabeça, eu ao pé de ti ate me sinto um cachorro, por tu não gostares de mulheres!" E ainda acrescentou: "Tu tens de pensar na tua vida e apenas um dia  mais tarde quando já trabalhares e ganhares é que podes estar com quem quiseres e fazeres o que  bem entenderes!" 
Isto acho que são  coisas que uma mãe que é mãe e gosta do seu filho nunca lhe deve dizer isto, é inadmissível! Eu fiquei completamente devastado depois de ouvir disso e desatei a chorar no meu quarto agarrado a uma almofada, essas coisas deixam-me de rastos, por mais que tente não ligar magoa-me muito mesmo! (A minha mãe está a tentar impedir-me de eu ser quem sou, isso não pode ser assim, ela nem imagina o mal que me está a fazer dizendo-me essas coisas) Não sei que fazer mais mesmo!

E às vezes a minha mãe tem outro tipo de atitudes ainda piores...
Um dia chego à cozinha de manhã cedo e estava com o telemóvel na mão, e recebi uma notificação de mensagem e respondi minha mãe: " Não me digas que o gajo não dorme, que já esta acordado a esta hora! Já estas a esta hora nas mensagens, possa! Tu só sabes é andar a pôr coisas no facebook (isso é o que sabes fazer melhor, estudar não é contigo) como aquilo que meteste adias: "É bom acordar e receber uma mensagem da pessoa que gostas!" E tu metes isso logo para toda a gente ver, e eu respondi-lhe à letra: "Não... As pessoas é que têm a mania de se meter na vida dos outros!"  E ela: "Não fui eu que andei a escrever isso no facebook! Tu não escreves é que tens uma família, que acordas e tens o pequeno almoço feito...  isso não escreves! Tu só queres nos destruir a mim e a teu pai! Até já tenho medo e  vergonha de ir para o trabalho, porque vou ser criticada por tua culpa! Já houve colegas minhas que já viram isso no teu  facebook!" 

Por favor...não compreendo como ela pode ser assim e dizer-me isso, eu nem sequer tenho colegas dela adicionadas no meu facebook! E às 6 e meia da manha ouvir isto, tira-me do sério e é mesmo para ir para a escola maldisposto, é que só pode!

domingo, 24 de novembro de 2013 - 0 comentários

Tenho valor...



A minha querida tia já me disse que quem tem mais juízo sou eu e que sou um grande homem, que consigo ver aquilo que os outros não vêem porque simplesmente não querem enxergar (foi tão bom ouvir essas palavras vinda de um coração plenamente sincero e cheio de amor, amizade, afecto, ternura). A minha mãe tem me mentido nos últimos tempos e inventado historias para me afastar dessa minha tia e prima, porque sabe as ideologias delas e claro que elas tão do meu lado (aceitam-me e respeitam-me) e os meus pais não suportam gente assim... Os meus pais tem ciúmes(e o ciúme dizem ser doentio) da minha tia e prima de eu lhes contar a minha vida (os meus problemas e o que se passa comigo cá por casa).

A certa altura a minha tia foi percebendo que algo não estava bem connosco, e foi se afastando de mim e dos meus pais para não criar problemas, assim como eu me afastei da minha tia, uma vez ela falou comigo cá em casa com a minha mãe e eu presentes, e brigou comigo, e pensei que ela estivesse a ficar do lado dos meus pais, mas afinal vejo que foi a minha mãe que lhe andou a meter coisas na cabeça dela terríveis a meu respeito...
Não percebo porque carga de água os meus pais contam a minha vida a pessoas desconhecidas (Qual o interesse disso?) e de família, que só sabem dizer mal de mim e me deitar abaixo...e essas pessoas não podem ajudar (por terem a mentalidade tão reduzida a pó e a antiguidade), a minha tia essa sim podia ajudar (e bem tentou os meus pais por serem cabeça dura não colaboraram nem aceitaram)

Sinto pena das coisas terem chegado a este ponto (não esperava a minha vida estar assim), já lá foi o tempo em que a minha tia vinha cá a casa e levava-me a passear quando os meus pais diziam para ela me levar.
Acabámos os dois por fazer confissões um ao outro de coisas que sabíamos...mentiras que foram inventado para nos pôr distantes...
A minha tia também disse que dado o meu caso é para tentar manter a calma, e mudar de atitude para com eles, quando me vierem com o assunto da homossexualidade responder-lhes: "Por favor a partir de hoje não toques mais nisso, assunto encerrado. Agora estou noutra..." e mostrar muito bem a minha posição para ver se eles me deixam de chatear a cabeça!

Ela está do meu lado, apoia-me e tem me confortado, e tem muita pena e está triste por eu ter uns país e uma família que me trata assim (pois não mereço mesmo). Os meus pais só querem enxergar o que lhes interessa, eles não merecem o filho que tem, só se importam com o assunto de eu ser "gay", é isso que paira na cabeça deles... não sabem ver o tipo de pessoa que eu sou, pondo isso de parte e tentado esquecer. E como já me disseram e muito bem, eles nunca me vão aceitar, eu não me importo que não aceitem (afinal ninguém é obrigado a gostar de toda a gente) mas que tenham o essencial: o mínimo de respeito pelos meus sentimentos e pela minha pessoa!
Mais uma vez tentei como a minha tia me aconselhou me aproximar deles, para tentar ganhar a confiança... mas sem sucesso! Eu sempre fui um "perito em isolamentos" desde cedo isolei-me muito no meu canto e deixei-me para ali estar... sempre fui assim devido a educação que me deram, a minha mãe prefere ver-me em casa deprimido do que eu fale com pessoas que me acarinham que me querem bem (a minha tia e prima, por exemplo). E devo lutar por aquilo que quero, e se for TEATRO, tenho uma grande luta pela frente...
Tenho que me aproximar delas as duas, sem os meus pais saberem...pois o meu lugar é ao lado de quem me quer bem e não ao lado de quem me deseja o mal!

Nem quero mesmo imaginar como será quando eu trouxer alguém a casa... sim, porque não tenciono esconder o meu namoro (quem gosta de mim e me respeita, tudo bem numa boa... de resto as outras pessoas que calem a "porra da boca" e não digam disparates e sejam no mínimo humanas, decentes e tenham respeito pelos outros.) Sinceramente tenho visto cada atitude (que me deixa boquiaberto) por parte das pessoas que estão ao meu redor e me viram crescer que me tira do sério... estão sempre a dizer: "Vais melhorar, nossa senhora irá te ajudar, e bla bla" (Tretas, falam como se eu tivesse alguma doença), ainda não caíram na realidade e duvido que caiam são sempre tecla 3, caramba!!!
sábado, 23 de novembro de 2013 - 0 comentários

Verão de inferno...



Os meus verões são sempre os mesmos, estar em casa, mal ir à praia (fui três vezes este ano) e neste verão durante o mês de Agosto fui trabalhar para o programa "Jovem em Formação" para receber um miséria, para nunca mais...

O que podia fazer eu fiz, nada deu foi resultado! E sei que apesar de ter a idade que tenho vou ter de ser eu próprio a fazer algo por mim, já que mais ninguém o pode fazer... A idade é o que mais me custa... quem me dera já ter os meus 18 aninhos. Paciência, essa coisa que já vou perdendo aos bocados de dia para dia, cada vez me chateia mais viver neste ambiente desconfortante, estou tão mal psicologicamente, que nem sei já.... Eu sei que talvez aguente até aos 18 mas com muito esforço mesmo, porque não está a ser fácil viver dentro da sua própria casa rodeado de pessoas que não prestam mesmo! Um dos meus problemas é ignorar, não suporto injustiças e desde cedo sempre adotei uma posição acertiva em relação às injustiças... ouvi durante anos e anos a família que tenho falar mal de pessoas como eu, isso bastou-me cheguei a um ponto que me fartei e explodi...
Era tão fácil ignorar se não fosse a minha família e os meus pais, isso é que custa, porque foram eles que cuidaram e lutaram por mim desde pequeno... e custa mesmo muito, já tentei me contrariar e tentar desligar várias vezes mas torna-se impossível.

A minha mãe pergunta-me com quem estou a falar, quer controlar a minha vida toda, eu disse-lhe para ela se meter na vida dela, e ela picou-se e disse que eu falo como se ela dependesse de mim para viver, reclama que eu só estou no meu quarto a vadiar e no pc, disse-lhe que ela não se preocupasse porque daqui a uns dias eu já iria sair para o teatro na escola, e ela muito depressa para a escola, e eu para a escola não a minha decisão está tomada... E ela de que serve ires para o teatro e não teres estudos... eu disse-lhe eu vou voltar a estudar no próximo ano, já não posso neste... e aviso desde já que vou estudar longe daqui... E ela é como o teu pai diz, tu ainda vais voltar para o pé de nos e com lágrimas...vê lá o que andas a fazer... E tem cuidado com as coisas que dizes porque magoa!
Que giro, fantástico, isto hein? Quer dizer mágoa a eles, mas o que eles me dizem na cara não deve magoar a mim, de certeza! A minha mãe é tão esperta que diz que o meu curso (queria ir para o curso profissional de interpretação - actor e voltava ao 10º ano) tem desenho e que já se informou, e diz que eu sou um desastre a desenho, e diz que eu vou voltar para aqui a gritar e a chorar, e vai buscar o meu irmão, e mete-o a meio dos assuntos, diz que ela ainda não deu em louca por causa do meu irmão que a tem ajudado através do céu.... e perguntou-me onde era a escola, nem lhe respondi, ela começou a perguntar se era na Inglaterra, ou se era a mesma escola dos famosos, aquela em que o Renato Seabra foi... Ela fala sempre no Renato e diz que eu vou acabar como ele, que mentalidade mais horrível e retardada! E mais, ela disse tu vais chegar lá, eles vão ter casa para ti, vais sentir a falta de teres o almoço pronto em cima de mesa e é só te chamar para vieres comer.

Mas só que pensando, naquilo que fiz até agora e me apaixonou, foi sem duvida o teatro E agora lembrei-me disso...O meu teste psicotécnico do 9º ano deu-me como resultado "Artístico-Musical". Teatro para mim é a melhor coisa porque sinto-me aceite como sou, sinto-me bem, divirto-me e algo que me da bastante prazer de fazer, é no fundo um mundo diferente... E amo mesmo teatro!
E de certeza que consigo vir a ser um grande actor se me soltar ainda mais, como já me disse uma amiga lá do meu grupo de teatro, a mãe do meu padrinho já me disse "se o que queres é teatro vai em frente e estuda isso... Não desistas das tuas paixões e do que realmente queres... Se não for em Portugal será noutro lugar, o importante é fazeres aquilo que gostas!" Sei que corro riscos, em ir para teatro, mas não quero nada ficar com aquele sentimento de chegar ao final e verificar que não segui aquilo que queria para mim mas o que a sociedade me disse para fazer, ou seja, seguir a ideia de sucesso dos outros! E isso é mau e não quero de forma alguma isso... ainda vou a tempo de remediar as coisas! Mas estou arrependido de ter tirado o secundário em informática, a psicóloga na altura ainda me perguntou e artes...mas eu não sabia o que dizer e encolhi os ombros... e nunca tinha experimentado teatro, se tivesse a escolha feita teria sido a mais acertada.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013 - 2 comentários

Memórias de uma infância...



Eu neguei a minha sexualidade desde muitos anos, nunca quis ver aquilo que realmente eu era. Foram cerca de uns 5 anos, aos 12/13 anos já comecei a perceber...que havia algo de diferente em mim e que não eram as raparigas que me atraiam mas sim os rapazes me atraiam... Ao início achava isso anormal.. (como todos acham) e não conseguia entender nada daquilo que eu sentia...visto não conhecer ninguém assim com os mesmos sentimentos que eu até à altura! Voltando atrás no tempo, já na minha infância dei os sinais que era um rapazinho "diferente" dos outros, eu andava praticamente em bicos de pés e com o braço para cima, e agora apercebo-me que esses pequenos sinais se deviam a ser homossexual no meu caso, (de forma alguma estou a dizer que isso faz parte da homossexualidade ou que é um factor que dita que uma pessoa é ou não). Apenas, acho que no meu caso se adequam por vezes os maneirismos, a forma de falar, alguns gestos e coisas assim. Mas, só que a minha família na altura da infância não prestou muita atenção, julgando minha mãe isso serem apenas sequelas da paralisia que tive. (Claro que aos poucos fui melhorando e melhorei bastante até o dia de hoje, hoje considero-me um herói, pois se não tivesse aquela força divina, a persistência, e garra para lutar, o destino traçado dentro de mim. O plano traçado pelos médicos que me acompanharam foi o seguinte: eu podia não falar, andar, ouvir, ver, mas felizmente as sequelas foram mínimas e evolui bastante, consigo andar, falar, ouvir, ver - tudo como uma pessoa normal, tenho bons resultados escolares, não fiquei afectado na parte da memória nem nada disso. Apenas na parte motora nomeadamente na perna direita ter a tendência para a puxar ligeiramente quando ando. Ao inicio estava muito pior, consegui evoluir e recuperar bastante... Estive várias vezes entre a vida e a morte e não foi nada fácil de estar cá hoje no mundo, vivo, sobrevivi a muito custo e graças à minha pediatra que me salvou e me deu vida!)

Na altura dos meus 13 anos a minha família já fazia comentários homofóbicos contra pessoas assim como eu, ai fui-me apercebendo da realidade que vivia... E por isso guardei o segredo durante 5 anos, até os 16 .Com o passar dos anos aos 16 as coisas clarificaram-se e decidi sair do armário e assumir-me (em Dezembro de 2012) ...e não negar mais a minha verdadeira sexualidade perante os outros e passei a ser eu mesmo sem problemas nenhuns (o problema foram mesmo as outras pessoas...o problema não somos nós (eu) mas sim os outros.)

Segundo a minha tia (que me aceita, compreende e tem-me dado algum apoio nos últimos tempos) diz que a imagem que passa da "nossa família" para fora é outra... Mas que ela percebe que as coisas não estão nada bem. Ela acabou por se afastar um bocado de mim para não ter problemas para lado dela... (É compreensivo dada a mentalidade dos meus pais)
E a minha mãe nunca nunca mais disse a ela e à minha prima como antigamente quando elas saiam para me levarem a sair com elas...
Infelizmente o que a minha tia me diz é que as coisas são bastante complicadas e que vou ter esperar pelos dezoito anos e ir me aguentando... ela infelizmente já não pode fazer mais nada por mim dado o facto que não pode tomar uma posição (ficar do meu lado ou do dos meus pais) sabendo como as coisas são com a mentalidade dos meus pais. Esses dois seres colocam sempre as culpas nos outros, nunca neles!

Eu agora venho a relembrar-me que tive uma infância muito triste e fechada os meus pais faziam de mim coitadinho, não me socializar, interagir com as pessoas, não brinquei nem interagi com os meus primos(as), nem com as tias(os) os meus pais me deixavam estar/falar! E quando eu tinha um problema (estava doente por exemplo), e me perguntavam o que eu tinha era sempre mas sempre a minha mãe que falava por mim, nunca me deixou expressar livremente, ter liberdade sequer para tal. O mesmo em relação ao vestuário... se eu dizia que queria vestir uma camisola amarela... ela tinha a mania e tinha lá eu de vestir a roupa que ela escolhesse mesmo não gostando, não podia vestir outra qualquer que me agradasse.

E, eu até hoje nunca tive um amigo verdadeiro (tinha pessoas apenas que só se faziam de amigas por mero interesse a fim de obter algo de mim), os meus pais não gostavam nunca (ainda hoje é assim) que me desse com a minha tia e primas, e outras pessoas... Eu sou assim muito fechado, tímido, não consigo fazer amizades, ... porque fui educado assim e a culpa é deles, e inteiramente deles!
Eu quando tinha 12 anos já me chamavam de "gay", mas nessa altura ainda estava estava muito "verde" e ninguém deixava que eu me exprimisse portanto com o passar do tempo comecei a ficar doente, e cada vez mais... Fiquei com raiva, revolta, (ainda a tenho) e uma depressão grande...

A minha tia e prima já tentaram fazer por mim o que podiam mas sem efeito dada a cabeça dos meus pais...nada resultou! Eu não sou de dar "o braço a torcer" e tenho a quem saia, a minha mãe também é assim... De facto, a minha mãe já precisa de ajuda por causa da cabeça dela, porque as atitudes que ela tem para comigo não são nada boas! A minha tia ficou pasmada e custou-lhe a acreditar quando lhe disse os termos que a minha mãe usava quando falava comigo, do tipo, ela fala-me assim (só por não me apetecer comer o jantar, que era uma porcaria e eu não gostava): " Ah se o paneleiro te diz para nos fazeres a vida negra ele que meta o dedo no olho do cu."
Sinceramente, fico completamente passado quando uma mãe diz ao seu próprio filho uma coisa destas ou pior, apetece-me tanto dar-lhe uma valente chapada quando ela diz isso! Uma própria mãe dizer isso a um filho não se faz... podia ser a pessoa pior do mundo, mas isto são das coisas que não se deve dizer a quem quer que seja. Infelizmente, ela trata-me com esses termos mas depois para ficar bem, pela frente e com as outras pessoas desmente tudo, é preciso ter cá uma lata, sinceramente...

Ainda me lembro quando era mais pequeno ia para casa da minha prima jogar SIMS 1 e que ia dormir com a minha prima quando ela vinha de férias quando estava na universidade para matar as saudades... belos tempos tenho cá umas saudades desse tempo, infelizmente o tempo não volta atrás Ao menos nesses tempos não tinha as preocupações que tenho hoje, e toda a gente gostava de mim!

Os meus pais só querem que eu saia (à noite) aos 18 porque dizem se eu sair agora os meus pais é que pagam ( no sentido se houver confusão e eu me meter em porcarias eles é que respondem por mim por eu ser ainda menor de idade) as asneiras que faço (onde eu não faço asneiras nenhumas, nem sou de armar confusão) É um horror eles pensarem assim! Sim já sai algumas vezes, mas teve de ser à força, à pressão e um bocado contra a vontade deles.
Numa noite, a primeira em que sai, disse que ia sair à minha mãe e ela sempre "Não vais, não e não..Vem para casa e ponto final que eu vou trabalhar à noite"o... mas eu insisti tanto, acabei por sair... depois começou toda a gente a me ligar vezes sem fim e eu nunca atendi, a bateria do telemóvel foi-se gastando e por fim o telemóvel acabou por se desligar, mas antes disso a minha mãe ligou-me e do outro lado gritou-me: "Onde andas? Estas com quem? Vai já para casa que o teu pai esta preocupado contigo...ameaçou que ia pôr a polícia à minha procura... e que eu estava a fugir de casa e bla bla." (mas não aconteceu nada disso.)
Desde 31 de Maio nunca mais sai a noite nem me diverti, também não tenho tido com quem sair, por acaso tive um primo que me convidou para umas festas, mas isso ficava do outro lado da ilha e não tinha meio de como ir, por isso fiquei por casa no computador como sempre...

Às vezes até deixo de falar com as pessoas a ver se elas sentem realmente a minha falta... e são raras as vezes que as pessoas metem conversa comigo (rapazes ou raparigas), foram bem poucas as pessoas até hoje que vieram falar comigo via internet ou pessoalmente... caso contrario tenho de ser sempre eu a falar com as pessoas, por exemplo tenho amigos do teatro, mas eles ligam-me pouco e tal... se eu quiser falar tenho de ir ter com eles. Já pensei: "Será que mudei?", bem acho que não mudei, bem quer dizer talvez um pouco, com as coisas todas que já se passaram na minha vida, tornei-me uma pessoa, mais fechada, mais fria, distante, sem paciência, com humor as vezes irritativo, ... Quem me dera que entendessem, era mesmo bom... quem sabe talvez um dia!

Um coisa que ainda me magoa e faz-me impressão é ter perdido o meu irmão à nascença e desejava muito que ele estivesse aqui comigo, ao menos tinha talvez quem me confortar e apoiar quando os meus pais e família me fazem o que fazem!
quinta-feira, 21 de novembro de 2013 - 0 comentários

Preciso de...



A coisas por cá não estão nada  bem... Nem vão ficar! (Já perdi a pequena esperança que tinha inúmeras vezes, foram várias pensando que iria ficar tudo bem...mas não volta sempre tudo ao mesmo, a mentalidade, tudo... )
Os meus pais, estão sempre a controlar tudo o que eu faço, não posso estar ao pc, nem ao telemóvel, querem saber com quem ando falando e com quem falo, (Ainda adias estava no pc a fazer web com um rapaz e a minha mãe e depois a minha mãe começa a fazer perguntas, mas a tempo consegui esconder a janela de visualização: E apenas lhe disse se via alguém no meu quarto para além de mim? Ela disse que não, mas afirmou que estava alguém do outro lado, depois ela sai do meu quarto e diz: "Ah esses filhas da p*** esses p*********") , OH GOD, isso não são formas nenhumas de se falar com um filho, por favor...
Adias estava ao telemóvel e ela mete-se a escutar as minhas conversas, e se ando muito nas sms, ela diz-me: "Larga essa m****!, Tas a falar com quem?" Depois tenho outras pessoas que não percebem as coisas mesmo... Tão sempre a dizer que tenho que estudar, estudar e estudar - Que o resto vem depois e dá tempo, que a minha felicidade dá tempo, passam-me a vida a dizer não vás para a m**** da net, nem do facebook, isso não presta!

Querem ditar tudo o que eu devo ou não devo fazer, e dizem que a minha vida tem de ser assim...e não pode ser assado! Os meus pais tb não percebem porque não gosto de sair com eles, porque como na mesa sempre a pressa e depois meto-me no meu quarto, eu até evito ao máximo sair com eles, (odeio-os, tenho nojo, vergonha de ter uns pais que me tratam assim, ainda depois de tudo o que passei em pequeno, deveriam ser eles o meu maior suporte, mas não...em vez disso só me sabem deitar abaixo) depois se saiu com a minha prima a minha mãe fica com dor de cotovelo e diz que eu saiu com outras pessoas e não com eles! Mais, os meus pais todos os domingos temos de ir pra casa da minha avó, foi sempre assim, mas eles não compreendem que eu estou numa idade que quero fazer outras coisas e não ter rotina... é chato estar lá todos os domingos! Quero fazer outro tipo de programa aos domingos, sair com a minha prima ou minha tia...irmos passear e as compras, tenho de me juntar a quem me quer bem, e não a quem me quer bem! E tipo a minha tia e a minha avo se não me vêem uma semana já me começam a ligar e a mandar para a cabeça que não as vou visitar, não conseguem passar sem mim... vai ser bonitinho para quando eu me for embora para Lisboa, em principio em Julho do próximo ano...não restam dúvidas!

Planeio tirar um curso CET de (qualquer área que me manifeste um grande interesse)... O pior é que não sei se os meus pais estão dispostos a me financiar o curso dado que eles implicam tanto com as questões da minha homossexualidade, e não sabem por tudo em pratos limpos, sei que se as coisas não são como eles querem e entendem dá para o torto!  Depois, ainda existem mais coisas que não tão bem..  Eu não posso fazer nada, não posso estar com ninguém, só falta como diz a minha prima me colocarem numa caixinha fechado.  Não sei o que fazer, e já estou farto desta pressão toda, todos os dias tem havido stresses, não sei se aguento esta pressão toda, e estou com um felling, um pressentimento, que não vou conseguir aguentar... e que a escola vai ficar a meio...  Também outra coisa é que as pessoas não entendem o quanto é importante para mim ter alguém (namorado e amizades verdadeiras)... para mim é importante ter um suporte, alguém que goste de mim, que me compreenda, que me apoie em todos os momentos, que fique ao meu lado quando eu mais precisar (na altura que mais precisei de alguém na vida há uns anos atrás não havia ninguém, tive de sofrer sozinho e em silêncio, ninguém fez nada por mim) por mais que eu tente explicar são pouquíssimos as que percebem-me na perfeição, tenho me sentido tão sozinho e abandonado...  Nem tenho amigos, algo que me suporte, e a quem possa recorrer!  Nunca mais estive com ninguém, nunca mais saí e me diverti, tenho andado sempre sozinho e solitário, como um cão perdido sem dono. Tenho uma imensa pena de já não estar em Lisboa, assim ao menos já tinha com quem conversar, passear, e não me sentia na solidão, um inútil, é tão mau tudo isto...

O problema é que estou a sufocar nesta casa, e sinceramente o que me apetece é ir para a casa da minha tia e ter sossego, mas não posso fazer isso porque os meus pais armam guerra aberta...  já estou farto de controlarem tudo o que faço! Irrita-me bué, só me falta mesmo seguirem-me a ver onde vou é tão mau! Na escola já neste ano lectivo, um colega meu falou bué mal para mim mandou-me levar no ** , e chamou-me de p********, disse que eu gostava de leitinho, e começou a falar bué mal, à frente da prof e dos colegas... que malcriado..., disse que me ia fazer a vida negra,  que ia bater no meu namorado falei com o meu DT e com a prof do ensino especial sobre isso...A situação já tá resolvida, ele foi chamado atenção e foi avisado que se repetisse tinha um processo disciplinar, e ia para casa 2 dias e assim sendo chumbava por faltas! Ainda bem que fizeram alguma coisa, aleluia! Não queria sofrer como no ano passado, já me bastam as coisas cá em casa, o que os meus pais me fazem, andam com a mania de ditar a minha vida e de controlar tudo o que faço. O ano passado os meus colegas puseram-me piones nas cadeiras, entornaram-me uma garrafa de leite, e andaram a me difamar, e não foi feito nada! E quanto a isso que o rapaz me fez este ano letivo os meus pais disseram-me que a culpa disso é toda minha, que o culpado sou eu, eu é que quis me assumir, e ainda dizem que é bem feito me fazerem isso, o meu pai disse:"Ah esses amigos com quem tu andas, tens de mudar o rumo da tua vida! Assim não vais chegar longe!" 

Eu cá lhes disse na cara que eles um dia iam acordar para a realidade mas ia ser tarde demais, e eles perguntam-me que realidade? Eu deixei-os sem resposta, também lhes disse que as outras pessoas é que tem de aprender a respeitar os outros como são, e eles para mim: Como são o que? Se vermos bem o problema esta nas outras pessoas e não em nós! Sei que não posso fazer nada para mudar a mentalidade deles,  isto custa-me tanto e não consigo ser uma pessoa neutra, e deixar o que eles me dizem a parte, afinal eles são meus pais!  E é engraçado que é a família da parte do meu pai que me faz  vida negra e  porque os meus pais tem de se dar com pessoas com as mesmas ideologias do que eles, tudo o que é diferente (família da parte da minha mãe) e foge à regra e pensa como eu penso, é visto como pessoas que me levam para o mau caminho e que me influenciam...  Não sei como podem pessoas pensar assim...
Tipo eles não querem crer que estamos no séc XXI eles não querem mesmo se actualizar e se adaptar aos tempos e a minha  mãe recusa-se é a aceitar as coisas como são, eles ainda acreditam que eu não posso ser assim, como se fosse questão de poder..  E pelo que vejo não posso criar guerra, porque se crio guerra, as coisas correm mal, eu fico revoltado, a escola não corre bem, descarrego em cima de pessoas que não tem culpa nenhuma, ... e depois é só chatices até nem sei onde  é tão mau, eu tenho tentado não criar chatices, o problema é que eles não me deixam em paz! É triste estas coisas, mas acredito vivamente que um dia se eles tem consciência das coisas ainda se vão arrepender e muito, ai pode é ser já tarde demais, ou será mesmo!

Preciso tanto daquele abraço, daquele beijo, daquele carinho na face, de palavras meigas e reconfortantes, de atitudes nobres...faz imensa falta, não ter nada disso,  sinto-me tão, tão mal.
Acho que o meu maior defeito, é pensar demais nas e coisas e continuar sempre a remoer, por mais que eu queira é difícil para mim conseguir avançar para a frente, há coisas do passado que ainda não ficaram resolvidas... Quero alterar isto, estou farto de me sentir sempre mal todos os dias, entrei num ciclo de reincidências e não sei como sair dele, estou farto de sofrer, de ser uma pessoa boazinha demais e depois todos abusarem de mim a torto e a direito (esse é o meu grande mal) eu não faço mal a uma mosca, e tenho sofrido tanto nos últimos tempos, (...) quero parar de ser assim e mudar, só não sei é como fazer essas mudanças, por vezes acho que como me sinto preciso de uma terapia de choque que me faça sentir melhor.
O simples acto de estar com  alguém e esse alguém me dar um abraço, um beijo, carinho, ... isso faz-me sentir muito melhor, melhora em muito o meu estado de espírito, o meu humor!

Já não sei mesmo o que faça mais estou desesperadamente desesperado que faça os meus 18 anos e que me vá embora daqui desta ilha!
Preciso de estar bem, de me sentir bem, preciso de paz...
quarta-feira, 20 de novembro de 2013 - 0 comentários

Sem título...



Pessoas e mais pessoas neste mundo imenso…querem lá esses seres saber de mim, se importar verdadeiramente comigo, me dar o devido valor que mereço, reconhecer a grande pessoa que eu sou, e a minha parte humana esquecer os meros detalhes da minha intimidade pessoal. Não, decerto que não mesmo, só sabem dizer mal de mim, desrespeitar-me, me fazer sentir abaixo de lixo, por o meu ego lá no fundo, sempre o mesmo…dia após dia, horas a fio, cansa, ficamos saturados, e chegamos a um ponto em que temos de encontrar forças em todos os sítios por forma a ultrapassar tais dificuldades da vida que nos vão surgindo na nossa caminhada em relação ao futuro que aí virá. Por vezes choramos, pois somos humanos e ninguém é forte como o ferro, ninguém consegue guardar tudo para dentro, é preciso também deitar cá pra fora as mágoas e as angústias pelas quais passamos no dia-a-dia, chorar faz-nos bem, alivia a mente e a alma, faz-nos sentir que somos seres humanos de verdade.
Nenhum ser me venha com a história, de que um homem que é homem não chora, isso é uma completa mentira, pois todos temos sentimentos e não devemos ter vergonha de nós próprios, de sermos o que somos, homens de verdade, também choram, amam, riem, sentem-se destroçados, destruídos por dentro, parecendo que o mundo vai acabar, ficam noites pensando no que fazer, homens gostam de atenção, carinho, conversas, (...) de se sentirem amados, de se sentirem importantes para alguém! E acima de tudo homens também sofrem, sonham e têm um projecto de vida!

Por vezes surgem-nos dúvidas, em relação ao futuro, à vida, às pessoas, ao mundo em redor, e fico apenas com perguntas na palma da mão:
- Será que pessoas que me dizem, o que dizem, gostaram verdadeiramente de mim independentemente do resto, dos detalhes??
- Será que podem ser consideradas de família, sofrendo eu o que tenho sofrido à sua custa??
- Será que alguém merece passar por tanto??
(….)
Tenho de me focar nas coisas boas e nos momentos bons que têm acontecido apesar de tudo, olhar o sofrimento como forma de ser-se mais forte na vida, de crescer-se como ser e como pessoa, de aprender com os erros e lições…agarrar os momentos de felicidade e crescer junto com ela. E o que seria da vida sem um pouco de tudo? NADA!

Não há ganhos na vida sem sofrimento, aprendemos a nos tornar-mos mais fortes, e mais maduros. Quanto à família, a única que tenho tido mais perto de mim, tem sido os meus amigos e o meu namorado, e uma ou outra pessoa chegada e são esses que me tem dado apoio e muita força para continuar a lutar. A família que esperava dignamente que me respeitasse, apenas me mata aos poucos e poucos, e puramente isto: Não me interessa falar com esses seres, nem fazer nada, nem pôr a mesa nem o raio que o parta, quero estar sozinho no meu espaço confortavelmente e falar com quem eu quiser...e sim já sou uma pessoa crescida, já sei tomar bem conta de mim próprio, já sei com quem me devo dar ou não, não sou um parvo ou estúpido de primeira…. Fartei disto tudo é sempre a mesma cena todos os dias...Ninguém tem paciência para aturar “cenas do outro mundo” a toda a hora, chega de uma vez. Se esses seres me respeitassem não estava a pensar em sair de casa, mas sim a estar com toda família que me amou estes anos todos e que agora me está a destruir.

Será que não vêm isso? Será que ninguém o vê?
Eu sou aquilo que sou e não vou mudar, só para pôr pessoas satisfeitas com um sorrisinho flagelo na face, não…eu não sou desse tipo de pessoa, o importante é que gosto de mim como sou e não tenho vergonha alguma de o demonstrar, e sinto-me muito bem assim.

Quanto mais distância desses seres que me fazem mal, melhor… quero apenas estar no meu canto sossegado, e na menor da hipóteses nem posso, nem no meu próprio quarto, pareço que vivo nem sei onde, isto sei lá o quê...estou farto de viver aqui e farto desta gentinha que me dá cabo do juízo...não tenho paz nem sossego tão cedo. Respeitem-me como vocês se respeitam. Estão sempre a tentar controlar-me e isso está a destruir a nossa relação (pior a cada dia que passa).

Será que existe alguém que se pode tentar pôr na minha posição por um dia, para sentirem esta revolta, angustia, raiva, dor, e tantos outros sentimentos que sinto por estar a ser afastado por toda a minha família?
Enquanto eu não sair daqui desta casa, e ir para junto de quem me ama e das pessoas que querem o meu bem, irei ter que suportar tudo, sei que sou forte, daqui até lá ainda tenho uma grande caminhada a fazer, sei que irei passar por cima e conseguir alcançar a felicidade ao lado de quem mais amo, irei conseguir lutar e concretizar o meu sonho, mesmo que passa isso tenha de fazer enormes esforços e sacrifícios, mas no fim valerá a pena e ficarei muito grato por assim ter sido…
Nunca desistir, o caminho é em frente, e ao teu lado sei que ficarei, A cada dia que passa, o tempo vai diminuindo e a vontade aumenta cada vez mais, já falta pouco e acredito que o tempo passará depressa até recomeçar a minha vida…com novos ares, novas coisas, novas pessoas, novas histórias, e sofrimento enterrado nas páginas do passado.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZQ7oqmikZDQ


terça-feira, 19 de novembro de 2013 - 0 comentários

Teatro...uma vida, uma alma!



Participei no grupo "O Moniz - Carlos Varela" no ano letivo 2012/2013, e sem dúvidas que este me permitiu crescer um pouco em pessoa, aprender mais sobre a vida e crescer fundamentadamente com esta arte magnífica em que me encaixo bem, o teatro, coisa que até a data nunca tinha experimentado e, é com algum arrependimento que o digo, pois se tivesse experimentado mais cedo teria sido muito bom para mim em todos os sentidos e decerto que já tinha adquirido mais competências.
A participação no grupo permitiu-me lidar melhor com a vida,com os problemas e frustrações... estar em palco é algo magnifico. Ainda bem me lembro das primeiras vezes que pisei aquele palco, os nervos eram tantos que ficava sempre com as "pernas a tremer", era algo que não conseguia controlar mas aos poucos e poucos consegui ganhar auto estima e confiança (na altura andava numa má fase da minha vida, graças ao teatro também consegui fazer progressos a ultrapassar uma depressão que me tinha ocorrido na época em que entrei para o grupo).

Foi no teatro que tudo fazia sentido, era dos únicos sítios onde me sentia confortável e verdadeiramente bem que não pensava em mais nada,era como se os meus problemas desaparecessem praticamente todos, fora do teatro eu continuava a ser o rapaz com tantos problemas à sua volta, foi também o sítio onde conheci pessoal incrivelmente fantástico e maravilhoso, foi sem dúvida a melhor coisa do ano de 2012, após um ano tão negro tinha que haver no meio da escuridão algo de bom. O teatro é uma arte, um dom, representar é uma coisa maravilhosa, fantástica. É sorrir, é amar, é chorar, é gritar, é interpretar, é viver, é descobrir (...) é um vasto leque de magnificas emoções à mistura tudo numa personagem. Uma coisa que facilmente me apercebi foi, que o pessoal do grupo de teatro, era todo “open mind” sem julgamentos nem preconceitos associados para com as outras pessoas, e um grupo cheio de união e força, onde se ajudavam uns aos outros no que fosse necessário. É, no fundo um mundo onde todos são aceites e bem-vindos, tal e qual como são!

Com o tempo, o “bichinho” e a vontade de fazer teatro era cada vez mais, e custava chegar ao fim de quarta-feira e ter de esperar que passasse o fim-de-semana até chegar a segunda-feira ao fim da tarde para fazer-se teatro,com o tempo o teatro passou a ter um grande valor para mim, e tornou-se numa verdadeira paixoneta foi aí que me fui apercebendo, que aquilo que deveria ter seguido a nível de estudos, deveria ter sido teatro e não informática, tal como tinha dado o resultado do meu teste psicotécnico de 9º ano. Mas, o que vale é que nunca é tarde para realizar os nossos sonhos, por isso mesmo em 2014 irei (re)começar uma nova etapa da minha vida, lutar pelas minhas convicções a fim de realizar o meu sonho (vir a ser actor) num futuro próximo.

O teatro é arte, é sentir, é representar, é ter um papel, é alma, é paixão, é empatia, é confiança, é mais que um hobbie. É um dom que poucos conseguem ter, de ser exprimir, seja através de gestos, formas, palavras ou até mesmo canções recheadas dos mais tantos sentimentos existentes por este mundo além. O que me dá mais prazer é fazer os espetáculos, eu adoro estar em palco, e conviver num mundo onde sou aceite e me dou muito bem, sem preconceitos nem julgamentos associados. A minha vida tinha e têm um outro sentido completamente diferente com ao teatro, sem dúvidas que este ajuda-nos imenso acrescer como pessoa, nos mais diversos níveis.

Um eterno agradecimento a todas as pessoas que me ajudaram a mudar a minha vida grandemente neste ano que passou, um grande obrigado a todos os membros do grupo de teatro, à professora dirigente é uma excelentíssima pessoa, obrigada por todo o apoio e conforto que pude sentir por parte de todos aqueles que tornaram este ano que passou melhor, com mais vivência e luz! Foi com o teatro que a minha vida deu uma reviravolta completa!

AMO-TEATRO! <3