Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não
responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar
sem receber, sem cobrar, sem reclamar.
Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos
diga o momento certo para falar e então ordenar as ideias, usar a cabeça e
esquecer o coração, dizer tudo o que se tem a dizer, não ter medo de dizer não,
não esquecer nenhuma ideia, deixar tudo bem claro para que não restem duvidas e
não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.
Às vezes é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que
mais se teme dizer, arrumar a casa e principalmente a cabeça. Limpar a alma e
prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já
esta perto.
Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de
mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de
atenuar a nossa dor e de transformá-la numa recordação ténue e fechada, num
passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época. E que um dia também
teve o seu fim.
Às vezes, mais vale desistir do que insistir, esquecer-se do
que querer, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a duvida se fizemos
bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ter sido feito,
somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais
simples, mais leve, melhor...
Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução,
deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, abrir a janela e deitar
tudo fora, queimar cartas e fotografias, apagar a memória sem medo de perdê-la
para sempre e esquecer tudo.
Porque quem parte sabe para onde vai, escolhe o seu próprio
caminho...
Quem fica, fica a ver, a meditar, a lembrar, para depois
conseguir esquecer...
E assim é a vida! :)
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